SONO E SEUS DISTÚRBIOS NA ADOLESCÊNCIA: REVISITANDO A LITERATURA

by crigus

SONO E SEUS DISTÚRBIOS NA ADOLESCÊNCIA: REVISITANDO A LITERATURA

SLEEP AND ITS DISORDERS IN ADOLESCENCE: REVISITING THE LITERATURE

EL SUEÑO Y SUS TRASTORNOS EN LA ADOLESCENCIA: REVISANDO LA LITERATURA

Célia Regina da Silva Rocha

SONO E SEUS DISTÚRBIOS NA ADOLESCÊNCIA: REVISITANDO A LITERATURA

Resumo

Buscamos compreender a análise de artigos de periódicos indexados na base de dados Lilac e Medline, utilizando-se de descritores sono, distúrbios do sono, estudantes do ensino médio, adolescentes. O presente estudo objetivou revisar a produção científica referente ao sono e seus distúrbios em adolescentes, estudantes do ensino médio. Trata-se de revisão sistemática da literatura da área da saúde sobre o tema, abrangendo artigos de língua portuguesa, espanhola e inglesa. Todos os artigos consultados mostraram-se pertinentes ao tema. Os artigos e teses pesquisados enfocam o sono e seus distúrbios, as dificuldades para a manutenção de uma adequada higiene do sono, as interferências ambientais, sociais e emocionais que podem comprometer a eficiência e qualidade do sono dos adolescentes. Verificamos que, infelizmente, os adolescentes das mais diferentes localidades do mundo sofrem algum tipo de distúrbio do sono, dormem menos horas que o esperado para sua faixa etária.

Palavras-chave: sono, distúrbios do sono, estudantes do ensino médio, adolescentes, pré-vestibular.

SLEEP AND ITS DISORDERS IN ADOLESCENCE: REVISITING THE LITERATURE

Abstract

We seek to understand the analysis of articles from journals indexed in the Lilac and Medline database, using the descriptors sleep, sleep disorders, high school students, adolescents. The present study aimed to review the scientific production related to sleep and its disorders in adolescents, high school students. This is a systematic review of the health literature on the topic, covering articles in Portuguese, Spanish and English. All articles consulted were relevant to the topic. The articles and theses surveyed focus on sleep and its disorders, the difficulties in maintaining adequate sleep hygiene, the environmental, social and emotional interferences that can compromise the efficiency and quality of adolescents’ sleep. We found that, unfortunately, adolescents from the most different locations in the world, suffer some type of sleep disorder, sleep less hours than expected for their age group.

Keywords: sleep, sleep disorders, high school students, teenagers, pre-university entrance exam.

EL SUEÑO Y SUS TRASTORNOS EN LA ADOLESCENCIA: REVISANDO LA LITERATURA

Resumen

Buscamos comprender el análisis de artículos de revistas indexadas en la base de datos Lilac y Medline, utilizando los descriptores sueño, trastornos del sueño, estudiantes de secundaria, adolescentes. El presente estudio tuvo como objetivo revisar la producción científica relacionada con el sueño y sus trastornos en adolescentes, estudiantes de secundaria. Se trata de una revisión sistemática de la literatura sanitaria sobre el tema, que abarca artículos en portugués, español e inglés. Todos los artículos consultados fueron relevantes al tema. Los artículos y tesis encuestados se centran en el sueño y sus trastornos, las dificultades para mantener una adecuada higiene del sueño, las interferencias ambientales, sociales y emocionales que pueden comprometer la eficiencia y calidad del sueño de los adolescentes. Encontramos que, lamentablemente, los adolescentes de los más diferentes lugares del mundo, sufren algún tipo de trastorno del sueño, duermen menos horas de las esperadas para su grupo de edad.

Palabras clave: sueño, trastornos del sueño, estudiantes de secundaria, adolescentes, examen de ingreso preuniversitario.

INTRODUÇÃO

O sono é um fenômeno psicofisiológico complexo, responsável pela manutenção do equilíbrio do organismo sendo, portanto, de importância vital para o ser humano, que é capaz de suportar longos períodos de privação alimentar, sem apresentar alterações psíquicas importantes, o que não se pode dizer quanto à privação do sono, já que acarreta prejuízos significativos para a memória, controle emocional e déficit de atenção (Rannã, 2000).

O sono, como outros comportamentos humanos, deixa de ser simplesmente uma função orgânica para tornar-se, também, uma função psíquica e social. Está ligado a representações como: saciedade, exaustão (precocemente), conforto, solidão, abandono, aconchego, amor, sexo, exclusão, morte (sono eterno), elaboração, reparação e recuperação, escuro, separação, perda da pessoa querida (Roscoe, 1993). Essas representações, na medida em que se estabelecem e ganham significado para as pessoas, tornam-se capazes de interferir no sono e em seus distúrbios.

O sono era considerado como um período uniforme, cuja finalidade era provocar a recuperação passiva do organismo. No entanto, a partir da necessidade de se estudar os potenciais de pequena amplitude, foram desenvolvidos aparelhos eletrofisiológicos (Mello, 1993), um grande estudo, envolvendo o ciclo vigília-sono, e também foi realizada, a partir daí a possibilidade de se estabelecer uma correlação entre os padrões comportamentais e o eletroencefalográfico.
O traçado típico da vigília caracteriza-se por ondas de baixa amplitude e de alta frequência. À medida que se aprofunda, o sono apresenta ondas de voltagens crescentes e frequências decrescentes, caracterizando fases distintas que se ciclam durante o período em que o indivíduo dorme, ou seja, cerca de 90 minutos, o que se repetirá cinco ou seis vezes por noite (Mello, 1993).

O maior avanço, no entanto, foi obtido com a diferenciação dos estágios do sono REM e sono de ondas lentas (NREM), incluindo os mecanismos neurais que inibem a atividade motora durante o sono REM. O sistema de classificação dos estágios do sono mais amplamente aceito é o de Rechtschaffen (1994) , em que o sono REM, também chamado de sono rápido ou paradoxal e cuja característica principal é o completo relaxamento muscular e o movimento rápido dos olhos (rapid eyes movement), com intensa atividade cerebral, semelhante ao do estado de vigília Guerreiro e Medina ( 2007).
O sono ocorre não apenas num contexto de ritmos diários, mas em ritmos mais sutis, que são evidentes dentro da própria experiência do sono. Embora possa levar apenas alguns minutos, seu princípio é gradual e não há ponto de transição óbvio entre o estado de alerta e o sono (Rechtschaffen, 1994).

O sono NREM, chamado de sono lento, profundo ou ortodoxo, é composto de quatro estágios. O sono NREM e vigília são fenômenos fundamentalmente diferentes, determinados por variáveis eletrográficas e fisiológicas. Segundo Mello (1993), tanto o sono como a vigília não são considerados processos unitários, sendo possíveis subdivisões, ilimitadas, praticamente, em qualquer estágio.

O sono é o momento em que o organismo, inclusive o sistema nervoso central, direciona-se para recuperar e restaurar os processos bioquímicos e fisiológicos, utilizados durante o período de vigília. Quando os mecanismos do sono não são suficientes para cumprir a sua função restauradora, as suas consequências para os indivíduos são inevitáveis, com reflexos nos âmbitos familiar, social, fisiológico e emocional (Serrão e Gonçalves, 2007).

Durante o sono, passamos por uma série de cinco estágios (Mello, 1993; Carskadon e Dement, 2000).
– Estágio 1: caracteriza-se pela presença predominante de ondas cerebrais de baixa frequência e amplitude (ondas teta); redução da atividade muscular em relação à vigília e movimentos oculares lentos. É um estado de transição breve, que normalmente leva apenas alguns minutos. A respiração e os batimentos cardíacos diminuem; a tensão muscular e a temperatura do corpo declinam.

– Estágio 2: caracteriza-se pela presença de complexo K, fusos do sono e ausência de movimentos oculares. Aparecem breves explosões de ondas cerebrais de mais alta frequência, chamadas fusos do sono. Gradualmente essas ondas cerebrais tornam-se mais altas em amplitude e mais lentas em frequência, enquanto entramos numa forma mais profunda do sono.
– Estágios 3 e 4: consistem no chamado sono de ondas lentas, em que a presença de ondas de grande amplitude e baixa frequência (ondas delta) tornam-se proeminentes.

– Estágio 5: conhecido como estágio REM – movimentos oculares rápidos. Nesta fase ocorre acentuada redução ou ausência do tônus muscular; movimentos oculares rápidos e ondas em dente de serra. Nesse estágio profundo do sono, as ondas cerebrais são de alta frequência e acontecem sonhos.

O sono visto nos seus vários aspectos sofre modificações ao longo da vida do indivíduo. O bebê, ao nascer, dorme cerca de dezesseis a vinte horas por dia, frequentemente excedendo um total de dezesseis horas de sono diárias. Nos primeiros meses de vida esse sono começa a se consolidar em um período noturno (Webb, 1992).

O estágio do sono REM do bebê diminui aproximadamente 30% durante o primeiro ano. Por volta dos doze anos, a criança tem um ritmo circadiano, semelhante ao do adulto, e consegue dormir, aproximadamente, nove horas por noite. A privação do sono começa a ser percebida quando o adolescente já não consegue acordar pela manhã para ir à escola, apresenta sonolência diurna, sente-se cansado e com pouca motivação para realizar outras atividades cotidianas.

O SONO NA ADOLESCÊNCIA

Normalmente, os adolescentes passam cerca de 60% de um ciclo completo do sono em sono leve (estágios 1 e 2), 20% em sono de ondas lentas (estágios 3 e 4) e 20% no estágio REM, com o aumento da sonolência diurna, provavelmente associada a uma maior necessidade de sono.

O tempo de permanência na cama, à noite, pelo adolescente, é determinado pelo tempo necessário de sono, mas é fortemente modulado por fatores socioculturais. No adulto jovem mudanças graduais relativas à idade continuam acontecendo (Reimão, 1998). Embora a idade claramente afete a natureza e a estrutura do próprio sono, as experiências psicológica e fisiológica do sono não parecem variar sistematicamente de uma cultura para outra (Bliwise, 1994; Ciampo, 2012).

A era tecnológica causou grandes transformações na vida contemporânea devido à introdução da televisão e, mais recentemente, dos computadores e notebooks nas residências (Ciampo, 2012). Com o crescimento do uso da internet o “surfing in the web”, hábito adquirido pelos adolescentes e por adultos, que navegam por longos períodos, principalmente entre adolescentes, que renunciam às horas de sono e navegam quase a noite inteira (Ciampo, 2012; Reimão, 1999).

Muitos fatores externos podem alterar o padrão do sono dos pré-adolescentes e adolescentes, como: assistir à televisão e navegar na internet até tarde da noite ou durante a noite toda; horários de aula; saídas noturnas com os amigos (Ciampo, 2012; Reimão, 1999; Millman, 2005; Mesquita e Reimão, 2007; Mesquita e Reimão, 2010; Mesquita e Reimão, 2005; Pereira, Teixeira e Louzada, 2010). Em estudo realizado em Taiwan (Lin, Zhuand, Wang, Li, Gu, Li, Xu, 2016), na média de idade entre 13 e 15 anos, 20% dos adolescentes dormiam ≤ 6 horas, mas este número caiu para cerca de 5% nos finais de semana.

Ciampo (2012) diz que se estima que entre 14% e 33% dos jovens se queixam de problemas de sono, enquanto 10% a 40% dos estudantes do ensino médio apresentam moderada ou transitória privação ou insuficiência de sono, além de dificuldades no desempenho escolar e no comportamento e distúrbios do humor durante o horário diurno (Laberge, Petit, Simard, Tremblay e Montplaisir, 2001).

Nestes estudos, como consequência da privação do sono, o jovem não consegue acordar para ir à escola; sente-se cansado e indisposto para realizar as atividades e tem sonolência diurna.

Outros fatores que contribuem para as alterações do sono e que podem acontecer de forma concomitante são as mudanças corporais e hormonais; as pressões familiares e sociais; dificuldades escolares; preocupações e expectativas com relação ao futuro.

O sono não restaurador pode ser causado por sentimentos e preocupações vivenciados pelo jovem frente às pressões dos pais e familiares para o cumprimento das suas obrigações quanto, por exemplo, às dificuldades escolares e ao futuro que, geralmente, vêm acompanhadas pelas mudanças corporais, hormonais e alterações de ordem sexual, configurando-se em uma fonte geradora de ansiedade e tensão emocional.

Quanto ao gênero, os padrões do sono diferem (Mesquita e Reimão, 2005). As adolescentes deitam mais cedo que os rapazes. Por outro lado, elas apresentam mais sintomas de insônia. Para Ohayon e Lemoine (2004), Bailly, Bailly, Querleu, Beuscart, Collinet (2004) e Abdel-Kalek (2004), ambos os gêneros apresentam distúrbios do sono, mas o feminino apresenta índices mais elevados em relação ao grupo masculino. Em relação ao gênero, as maiores prevalências foram encontradas nas meninas, como no estudo de Chung e Cheung (2008).

Borbely (1993) argumenta que a necessidade do sono de ondas lentas reflete a função restauradora do sono e que a necessidade de sono REM reflete a regulação circadiana do sono Chung e Cheung (2008), Beutler, Cano e Miró (2003). Neste sentido, Reimão (1997) considera salutares os cochilos diurnos, que não atingem o estágio 1 a 4 do sono e que não é prejudicial para o sono noturno, porém, salienta que esses sonos curtos não têm a função de repor o sono perdido.
Bernardo, Lousada, Massilli e Almeida (2009) relata ter encontrado associação entre o nível socioeconômico e os hábitos de sono.

Estudos realizados por Abdel-Kalek e Chung e Cheung (2012) afirmam que, alunos com os piores desempenhos acadêmicos, relatam ir para a cama mais tarde, têm sono mais curto durante a noite, nos períodos de aula, e sentem mais sonolência que os alunos que tiram as melhores notas.

Horne e Ostberg (1976) elaboraram um questionário para avaliar as diferenças individuais na preferência pelo horário de vigília e de sono. Assim, a população humana pode ser dividida em três cronotipos básicos: os matutinos, que podem ser matutinos extremos ou moderados; os vespertinos e os indiferentes, aqueles que não têm horário preferencial para dormir ou acordar (Mello, 1993).

Quanto à duração do sono, existem os pequenos dormidores – indivíduos que necessitam de, no máximo, 6h30 de sono – e os grandes dormidores: os que necessitam de, no mínimo, 8h30 de sono. Esses dois tipos podem combinar-se de diversas maneiras nos cronotipos: pequenos dormidores matutinos, pequenos dormidores vespertinos, grandes dormidores indiferentes (Horne e Ostberg, 1976).

Na população, de uma maneira geral, as pessoas são atormentadas por inúmeros distúrbios do sono, mas a insônia é, de longe, a mais comum entre eles. Definida como a dificuldade crônica de se conseguir dormir adequadamente, a redução do tempo total de sono pode ocorrer em três padrões básicos: Rocha e Reimão (2006), Ohayon, Morselli e Guilleminault (1997)
a) Inicial: dificuldade em conseguir pegar no sono, com latência de sono de mais de 30 a 40 minutos;
b) Intermediária: dificuldade de permanecer dormindo, com despertares frequente ou prolongado durante a noite;
c) Final: acordar persistentemente muito cedo.

A insônia primária de início ou na infância ou na puberdade impede que o indivíduo tenha um sono suficiente e reparador. Ela é causada, provavelmente, por uma alteração dos sistemas envolvidos no controle neural, do ciclo sono e vigília, persistindo durante a vida adulta (Ohayon, Morselli e Guilleminault, 1997).

Na adolescência, em virtude das alterações nos ritmos biológicos, os adolescentes tendem a atrasar as fases do sono, ou seja, preferem horários de início e final de sono mais tardio (Rocha e Reimão, 2006; Ohayon, Shapiro e Kennedy, 2000).
A insônia, que significa a redução do tempo total de sono, longe de ser um problema de menor importância, pode ser uma enfermidade muito desagradável. Quase toda a população sofre de algum tipo de dificuldade no sono em decorrência do estresse.

Entretanto, 15% dos adultos reclamam de insônia moderada ou ocasional (Bootzn, Manber, Perlis, Salvio e Wyatt, 1993), consequentemente, apresentam dificuldades escolares, sonolência diurna, cansaço e pouca motivação para a realização de outras atividades.

Guilleminault (1986) relata que, de 10% a 15% dos adolescentes, têm dificuldades em iniciar o sono e, cerca de 20% a 38%, têm dificuldades ocasionais relacionadas ao sono, corroborando com Azevedo, Sousa, Paul, MacLeish, Móndejar, Sarabia, Rol & Madrid (2008).

Para Ciampo (2012), as principais características do ciclo sono e vigília em adolescentes incluem ir para a cama mais tarde, levantar cedo, apresentar padrões de sono irregular, períodos de sono insuficiente e sonolência durante o dia. Adolescentes são bastante vulneráveis a distúrbios do sono, principalmente insônia. Segundo o autor, estima-se que entre 14% e 33% dos jovens se queixam de problemas de sono, enquanto 10% a 40% dos estudantes do ensino médio apresentam moderada ou transitória privação ou insuficiência de sono, além de dificuldades no desempenho escolar e no comportamento e distúrbios do humor durante o horário diurno.

Capaldi, Handwerger, Richardson & Stroud (2005), em estudo com 31 participantes de 10 a 17 anos, encontraram associações significativas entre os participantes que relataram problemas de comportamento do sono-vigília.
Chung e Cheung (2008), em estudo realizado com 1.629 adolescentes de Hong-Kong, na faixa etária de 12 a 19 anos, detectaram que 5,6% deles apresentam dificuldade para adormecer, 7,2% acordam durante a noite, 10,4% acordam mais cedo pela manhã, prevalência de sintomas de distúrbios do sono em 19, 1%, uma ou mais vezes por semana.
Nos estudos realizados por Bernardo et al (2009) e Pereira et al (2011), os adolescentes dormem 8h ou menos horas de sono, corroborando com Moseley e Gradisar (2009), que pesquisaram estudantes australianos, com a média de 15,6 anos, e indicaram a presença de distúrbios do sono em 53,1% dos participantes que dormem menos de 8h por noite; 36% dos jovens têm sono atrasado. No estudo brasileiro, realizado por Felden (2016), a prevalência de baixa duração de sono foi de 53,6%, observando tendência de diminuição das horas de sono no decorrer da adolescência. Os adolescentes que estudavam no turno da manhã apresentaram 1,82 vez maior prevalência de baixa duração de sono, comparados com os alunos do turno da tarde, e, aqueles que estudavam no turno da noite, apresentaram 1,68 vez mais prevalência de baixa duração do sono com relação aos adolescentes do turno da tarde.

No estudo de Ramalho (2015), 20% dos adolescentes apresentaram sonolência diurna e dormem, em média, 7h – a curta duração do sono é associada ao gênero masculino. Quanto ao gênero, as meninas tendem a apresentar pior qualidade do sono quando comparadas com os meninos e diminuição das horas de sono 7hMuluk, Gertler & Brewster (1994), Fobian, Avis, Schewbwl (2016) & Moseley e Gradisar (2009).

Fatores sociodemográficos, tais como: sexo, idade, série, turno escolar, trabalho e o fatores comportamentais de Liu, Zhao & Buysse (2008): atividade física, uso do celular antes de dormir e tempo assistindo TV foram investigados no estudo realizado por Alves (2018). O grau de sonolência diurna foi avaliado pela escala de sonolência de Epworth. Resultados: a frequência de baixa duração do sono, no total da amostra, foi de 54,5%, sendo menor no turno vespertino (13:00 – 17:00 h; 38,2%) em relação aos turnos noturno (18:00 – 10: 00 h; 56,1%), matutino (7:00 – 11:00 h; 62,9%) e integral (7:00 – 17:00 h; 70,0%). O sono de baixa duração foi mais frequente em adolescentes que trabalhavam (n = 1194) em comparação àqueles que não trabalhavam (respectivamente, 63,0% vs 53,1%; p = 0,001) e entre aqueles que relataram uso de telefone celular antes de dormir em comparação aos que negaram (56,3% vs 49,7%, p = 0,001). A prevalência de sonolência diurna no total da amostra foi de 47,6%, sendo maior no turno integral (57,6%). Comparados aos adolescentes com duração de sono normal, observou-se prevalência aumentada de sonolência diurna tanto nos indivíduos com baixa (<8 h) quanto longa duração do sono (>10 h).

Meyer, Ferrari Junior, Grasel, Andrade, Pelegrini, Pereira (2017) afirma, em seu estudo, que os principais fatores associados à sonolência diurna, na literatura investigada, foram a baixa duração do sono, a presença de distúrbios do sono e, como consequência, o baixo desempenho escolar.

Os distúrbios de início e manutenção do sono e a sonolência diurna excessiva são fenômenos físicos ou comportamentais que, geralmente, ocorrem quando o adolescente inicia o adormecer e resiste em conciliar o sono. Neste contexto, Beebe, Fallone, Godiwala, Flanigan, Martin, Schaffner, Amin (2008) estudaram 20 adolescentes, entre 13 e 19 anos, que apresentaram menor tempo na cama – 6h50. Já Chung e Cheung () afirmam que os adolescentes têm tempo total de sono em torno de 7h30.

Rocha (2010), pesquisando 529 estudantes do ensino médio e de cursos pré-vestibulares, verificou que eles dormem de seis a sete horas por noite. Para 52,7%, a latência do sono é de 16 a 30 minutos; 45,9% apresentaram sonolência diurna moderada durante o dia e 49,9% tomam algum tipo de medicação para dormir. Estes três estudos revelam que os adolescentes dormem menos tempo do que necessitam.

A insônia tem causas multifatoriais Serrão e Gonçalves (2000), Roehrs, Roth, Carskadon & Dement (1994); Lemola, Perkinson, Brand, Dewald-Kaufmannam e& Grob (2015), dentre elas, a ansiedade e tensão excessivas, que impedem o relaxamento eficaz e mantêm as pessoas acordadas. Também é, frequentemente, um efeito colateral de problemas emocionais, como a depressão (Saarepaa-Heikkila, Laippala & Kolvikko, 2001). Segundo Togeiro & Smith (2005), quando ela é secundária à depressão, detecta-se latência reduzida para o sono REM, aumento dos micros despertares espontâneos, redução do sono de ondas lentas e aumento dos movimentos oculares rápidos.

Fatores psicológicos também podem interferir significativamente no início e manutenção do sono – insônia psicofisiológica, caracterizada pela dificuldade de iniciar o sono, pela sua má qualidade e pela diminuição do tempo total do sono. Outros fatores como as pressões, sobrecarga e exigências escolares, familiares ou no trabalho, assim como os problemas de saúde e uso de determinadas drogas, são potenciais agentes geradores de estresse – expressão dos ritmos circadianos.

Pereira et al (2015), Wolfson e Carskadon (1998), Cardoso, Bueno, Mata, Alves, Jochims , Vaz Filho & Hanna (2009) afirmam que a inserção no mercado de trabalho para os adolescentes mais velhos, frente a maior disponibilidade de computadores, tablets, televisores e videogames nos quartos, contribuíram para aumentar significativamente a diminuição das horas de sono. O uso de mídia eletrônica na cama antes do sono estava relacionado a níveis mais altos de sintomas depressivos, sono mais curto e dificuldade em dormir (Vilela, Bittencourt, Tufik & Moreira, 2016).

Estudos populacionais têm demonstrado a importância dos fatores sociais como condicionadores potentes dos horários de dormir do adolescente durante a semana e nos finais de semana (Liu et al, 2008, Vilela et al, 2016).

Stefanescu, Chele, Chirita, Chirita, Mavros, Macarie & Ilinca (2005) pesquisaram 69 adolescentes, entre 13 e 18 anos, dos quais 4 % faziam uso patológico do computador, ou seja, mais de cinco horas em frente ao computador. Vallido, Jackson & O’Brien (2009), em seu estudo com adolescentes, relataram que 40% deles apresentam problemas para dormir, sendo que as do gênero feminino apresentam níveis mais elevados de perturbação do sono e fadiga diurna que os meninos.

Pesquisas realizadas por Carskadon e Carskadon. (1998) e Millman (2005), registraram mudanças significativas nos padrões de sono e atrasos nos horários de deitar e levantar (Carskadon e Carskadon, 1998, Hoefelmann, Silva, Barbosa Filho, Silva & Nahas, 2014).

Hoefelmann (2014) afirmam que os adolescentes reportaram uma percepção negativa da qualidade do sono, duração de sono insuficiente.

A maior privação do sono está mais acentuada em estudantes do período matutino. Wolfson e Carskadon (2003) relatam que estudantes com quantidade de sono insuficiente apresentam pior desempenho acadêmico, sonolência excessiva e transtornos de humor (Capaldi et al, 2005).

Estudos realizados por Shibley, Malcolm & Veatch (2008) e Wong, Brower, Fitzgerald & Zucker (2004) apresentaram altas taxas de distúrbios do sono e abuso de substâncias associadas a efeitos no humor, ansiedade, atenção e comportamento. Ciampo (2012) salienta que outros estudos de Pereira et al (2015), Pereira et al (2011) e Bootzin, Manber, Perlis, Salvio e Wyatt (1993) têm sugerido que os adolescentes precisam de 9 a 9,5 horas de sono por noite e, quando isso não ocorre, podem apresentar maior sonolência diurna, dificuldades de atenção e de concentração, baixo desempenho escolar, além de flutuações do humor, problemas comportamentais, depressão, predisposição a acidentes, atraso no desenvolvimento puberal, maior ganho de peso e uso de álcool e substâncias psicoestimulantes. Carskadon, Harvey, Duke, Anders, Litt & Dement (2002) apresentaram a recomendação de que os adolescentes necessitam em torno de 9 a 10 horas de sono por noite para a manutenção da saúde física e cognitiva.

SONO E DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA

O sono exerce a função de recuperação ou reposição de energia, restaurando tanto as funções físicas quanto as psíquicas. No deprimido, constantemente isso sofre alterações, como dificuldades para conciliar o sono (Cardoso et al, 2009), interrupções frequentes do sono; acordar e despertar muito antes do horário previsto sem conseguir voltar a dormir.

Ivanenko, Crabtree & Gozal (2005), em artigo de revisão com a população geral, referem-se às mudanças consistentes na arquitetura do sono em paralelo à depressão. Corroborando com os achados de Palermo, Fonareva & Janosy (2008) e Ivanekno et al (2005), nos quais estudaram um grupo de 40 adolescentes, na faixa etária de 12 a 17 anos, que apresentava menor qualidade do sono e aumento da insônia, menor eficiência do sono e sintomas de depressão, corroboram estudo de Lemola et al (2015) e Palermo, Fonavera & Janozy (2008).

Em outro estudo realizado por Palermo, Toliver-Sokol, Fonavera & Kohl (2007), Weis, Liu, Hay, Joshi, Faught, Wade & Cairney (2011) demonstraram relações significativas em que a qualidade subjetiva do sono mais pobre está associada a prejuízo na qualidade de vida.

Valentim (2006) demonstra que níveis elevados de estresse e ansiedade e privação do sono desempenham papel importante na depressão dos adolescentes.

Estudos realizados por Lucchesi, Pradella-Hallinan, Lucchesi & Moraes (2005), Rakel (1999) afirmam que pacientes com quadro de depressão tendem a apresentar queixas mais frequentes como dificuldades para iniciar e manter o sono e sono não reparador, hipersonia, com acentuada redução da latência do sono REM.

No estudo realizado por Resende, Santos, Santos & Ferrão (2020), o diagnóstico de distúrbio depressivo foi feito a 91 adolescentes (N = 91), com um predomínio do sexo feminino. A idade média do diagnóstico foi de 14,8 anos. Os adolescentes foram referenciados principalmente dos Cuidados de Saúde Primários e da Urgência Pediátrica (26,4 e 22%, respetivamente). Os principais sintomas à apresentação foram a tristeza/labilidade emocional/choro fácil (61,5%). Em 64,8% dos casos foi identificado um contexto desfavorável, sendo os problemas/conflitos familiares o mais frequente (38,5%). Verificou-se ideação suicida em 28,6% dos casos, com para-suicídio em 21%. Outro estudo com adolescentes brasileiros Alves (2018), Rocha (2010), Hoefelmann (2014), Wong et al (2004), a má qualidade do sono foi registrada em 28,2% (n = 87), a depressão em 26,9% (n = 83) e a ansiedade/estresse em 40,1% (n = 124) da amostra. A má qualidade do sono se associou à faixa etária de 15 a 19 anos.

Cerca de 80% dos pacientes com depressão se queixam de mudanças e alterações no padrão do sono, assim como a maioria dos indivíduos ansiosos Reimann e Voderholzer (2003) e Khan, Gardner, Kendler & Gender (2002), cuja dificuldade para iniciar o sono é frequente.

A insônia é uma característica clássica da depressão e costuma ser um dos sintomas que mais cedo se instala Resende (2020), Moreira (2016) e Cordeiro, Passos, Silva Oliveria, Novaes, Pitangui & Cappato (2017). Ela pode se manifestar como insônia inicial, aquela em que o indivíduo tem dificuldade para conciliar o sono, mais comum nos transtornos de ansiedade (Benca e Casper, 2000), uma insônia de meio de ciclo, caracterizada por despertares múltiplos durante a noite; ou a insônia terminal.

Especialmente na adolescência, a irregularidade na expressão do ciclo vigília/sono ou a privação parcial de sono pode ser percebida pela diminuição do estado de alerta e concentração no desenvolvimento de atividades acadêmicas Palermo, Fonavera & Janosy (2008) e Benca e Casper (2000). Neste contexto, estudos apontam tendência de diminuição das horas de sono ao longo da adolescência e elevadas prevalências de adolescentes com baixa duração de sono Pereira et al (2010) e Chung e Cheung (2008).

Em alguns casos, principalmente em pessoas mais jovens, é possível a ocorrência de hipersonia (Ivanenko, Crabtree & Gozal, 2005) ao invés da insônia. Segundo Kazdin e Marciano (1998) , 80% dos jovens deprimidos apresentam hipersonia e humor irritado, despertares noturnos frequentes, sono não restaurador; redução do sono total e sonhos perturbadores, sonolência excessiva. Isto se refere a uma pequena porcentagem de pacientes com depressão, notadamente, os adultos jovens.

No estudo realizado por Gomes (1995), com adolescentes atletas, os que apresentavam má qualidade do sono tinham maior probabilidade de reportar sintomas de depressão. A autora justifica que esta associação pode residir no fato de a falta de sono resultar em uma modulação inapropriada das respostas cerebrais emocionais à estimulação aversiva, pois jovens que têm privação do sono exibem uma resposta hiper-límbica pela amígdala em consequência da exposição a estímulos de imagem cada vez mais negativos. A autora ressalta que a falta de sono tem sido apontada como fator de interferência na capacidade dos adolescentes para lidar com o estresse diário e como é prejudicial aos seus relacionamentos tanto com os colegas quanto com os adultos.

Benca e Casper (2000) descrevem que uma significativa porcentagem de pacientes com depressão relata sintomas de hipersonia, com alongamento do período noturno, dificuldade de despertar e sonolência excessiva durante o dia. Tabak, Ostrega, Biernacka & Jodkowska (2004) e Oliveira, Silva & Oliveira (2019), em estudo com adolescentes poloneses, diagnosticaram sofrimento psíquico e maior risco da presença de insônia e apatia.

Segundo Mesquita e Reimão (2005) e Reimão (1997), nos quadros de depressão os distúrbios do sono podem acontecer em decorrência de alterações no sistema de temporização em função da diminuição da atividade sináptica dos sistemas monoaminérgicos; irregularidades dos ritmos sociais, principalmente no meio urbano, com as inúmeras e estimulantes atividades noturnas, e menor exposição à luz, o que leva ao enfraquecimento das pistas temporais, além da diminuição da atividade e das relações interpessoais, corroboram outros estudos de Mesquita e Reimão (2005), Shibley, Malcolm & Veatch (2008), Wolfson & Carskadon (2003) e Velentim (2006).

A depressão é considerada por Lucchesi et al (2005) e Rakel (1999) como um transtorno com altos níveis de comorbidade, dentre eles os distúrbios do sono. O sono é um fenômeno psicobiológico extremamente importante e a privação do sono compromete a qualidade de vida dos indivíduos afetados – os adolescentes não estão isentos deste problema.
Com o aumento da depressão nesse grupo etário, observa-se, consequentemente, o aumento das queixas de distúrbios do sono. No entanto, não podemos afirmar que, na maioria das vezes, trata-se de um problema psíquico ou biológico e, por estar relacionado à faixa etária, não é considerado um problema de saúde, isto porque o sono irregular dificilmente é relatado como preocupação por parte dos jovens ou de seus pais.

Embora sejam frequentes as queixas de dificuldades escolares, a atenção e a memória podem ser prejudicadas quando se tem sono irregular. Nos últimos anos, vários pesquisadores têm se dedicado ao estudo dos distúrbios do sono, focando especificamente a infância e a adolescência.
Concluímos que os textos pesquisados indicam que os adolescentes estudantes sofrem de diferentes tipos de distúrbios do sono, provocados pelas exigências sociais e acadêmicas – estas repercutem negativamente na qualidade de vida dos adolescentes estudantes, interferindo no rendimento escolar e social. Com isso, dormem menos tempo que o necessário, tendo como resultado a má qualidade do sono, presença de sonolência e indisposição durante o dia. Apesar de termos encontrado um número significativo de artigos na língua inglesa, no Brasil ainda existem poucos estudos sobre o tema específico de sono e distúrbios do sono em estudantes do ensino médio.

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A AUTORA

Célia Regina da Silva Rocha
Graduação em Psicologia pela Organização Paulista de Educação e Cultura, Especialista em Psicologia Clínica, Mestre em Distúrbios do desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente, Programa da Faculdade de Ciências Médicas- Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Psicóloga na área do Sono pela Associação Brasileira do Sono. Atualmente é docente adjunto II, Coordenadora do Programa de Educação Especial-PROESP, Coordenadora do Núcleo de Acessibilidade – NACe. Membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE, Membro do Comitê de Ética em Pesquisa e Comitê de Ética no uso de animais da Universidade Cruzeiro do Sul. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Educação Especial (líder/Universidade Cruzeiro do Sul).
E-mail: [email protected]

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